terça-feira, 31 de julho de 2007

Chora Cinema - Cineasta Ingmar Bergman morre aos 89 anos

Ingmar Bergman, um dos mais renomados cineastas mundiais, morreu nesta segunda-feira aos 89 anos. A informação foi dada por uma agência de notícias sueca.

Diretor de clássicos como O Sétimo Selo, Morangos Silvestres e Gritos e Sussurros, Bergman morreu em sua casa, na ilha de Faro, na Suécia. Ainda não foram divulgados detalhes sobre as causas de sua morte.

Bergman teve uma carreira de mais de 60 anos, na qual realizou 54 filmes, 126 peças teatrais e 39 produções de radiodramaturgia, além de ter assinado diversos livros.

Nascido em 1918, ele teve o primeiro contato com o cinema ainda na infância, como assistente de projeção em cinemas na Suécia.

Ele estudou teatro e cinema na Universidade de Estocolmo, debutando na carreira de cineasta em 1945, com o filme Crise.

No ano anterior, ele fez sua estréia como diretor teatral e teve seu primeiro roteiro adaptado para as telas, pelo diretor Alf Sjoberg.

Longe das telas

Nos últimos anos, Bergman se distanciou do cinema, tendo optado primordialmente por assinar roteiros e textos para o teatro.

Sua última produção originalmente feita para o cinema foi o longa metragem Fanny e Alexander. O filme Saraband, de 2003, chegou às telas de cinema, mas foi originalmente concebido para a TV.

Quando foi exibido pela TV sueca, Saraband foi assistido por um total de 1 milhão de pessoas no país.

O longa é um drama familiar que usa os dois personagens de Cenas de Um Casamento, outra produção televisiva do cineasta.

Oscar

Ingmar Bergman foi indicado nove vezes ao Oscar de melhor diretor, e levou o prêmio de melhor filme estrangeiro em três ocasiões, o primeiro deles por A Fonte da Donzela, em 1961.

O diretor se casou cinco vezes e teve oito filhos. Entre os temas recorrentes de seus filmes estão o medo da morte, a culpa, as tensões nas relações afetivas e a angústia de viver sem saber se Deus existe ou não.

A experiência de vida de Bergman muito contribuiu para seus filmes. O pai do cineasta foi um religioso luterano e disciplinador, que inspirou um dos personagens principais de Fanny e Alexander, pelo qual ele recebeu seu terceiro Oscar, em 1982.

O filme é contado sob o ponto de vista de duas crianças, que sofrem quando sua mãe se casa com um rígido pastor.

O contato que Bergman teve com o nazismo na juventude também inspirou outra de suas célebres obras, o longa O Ovo da Serpente.

Tributos

Um dos diretores que mais reverenciaram Bergman é Woody Allen.

Durante um tributo ao diretor sueco, por ocasião de seus 70 anos de idade, em 1988, o cineasta americano afirmou que Bergman era ''provavelmente o maior artista do cinema como um todo, desde a invenção da câmera de cinema''.

Bergman disse, em uma rara entrevista dada em 2004, que não conseguia assistir aos seus próprios filmes, porque eles o deixavam deprimido.

''Eu fico nervoso, prestes a chorar, me sentindo péssimo. É horrível'', comentou.

O Sétimo Selo, um dos mais célebres filmes de Bergman - e para muitos a sua obra prima - está completando 50 anos e vem sendo reprisado em diferentes salas de cinema mundiais.

O longa metragem traz uma das mais famosas e parodiadas seqüências da história do cinema, na qual um homem disputa uma partida de xadrez com a morte.

Via: BBC

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