Acertou na Mega Sena mas ficou sem nada
Imagine acertar as seis dezenas da Mega-Sena, ter direito a ganhar R$ 27,7 milhões e não levar nenhum centavo.
É o que um jovem de 21 anos, morador de Joaçaba (426 km de Florianópolis), diz ter ocorrido com ele neste final de semana, quando saiu o segundo maior prêmio da história da loteria (R$ 55,5 milhões). Um bilhete de Rondônia também foi premiado.
Flávio Júnior Biass disse que foi à lotérica fazer o jogo no sábado, às 12h30, quando voltava do trabalho com o patrão. Como não havia lugar para estacionar, afirmou, o chefe o deixou em casa, mas ficou com R$ 1,50 e os números anotados para fazer uma aposta por ele.
"Ele fez o jogo dele e o meu. Ficou combinado que, se um dos dois ganhasse, dividiria o prêmio."
No domingo, afirmou, o chefe ligou para seu pai dizendo que o bilhete havia sido sorteado e que os dois estavam milionários. Na segunda, no entanto, veio a surpresa.
"Eu fui trabalhar e, chegando lá, ele falou que não era nada disso, que o bilhete premiado era um feito com a família dele e me ofereceu R$ 8.000."
Biass disse ter certeza de que os números sorteados (03, 04, 08, 30, 45 e 54) são dele porque fez um combinação com os dígitos do seu celular.
O tio de Biass contestou a versão do chefe do sobrinho, de que ganhou o prêmio em um bolão. "Quem faz um bolão de R$ 1,50 com outros quatro parentes? Dá R$ 0,30 para cada um. Isso é armação", disse.
Os dois ja estavam a caminho do fórum da cidade. À tarde, entraram na Justiça para tentar bloquear o dinheiro. Segundo o tio, será pedida ainda a quebra do sigilo telefônico para mostrar que o patrão ligou para o pai de Biass no domingo logo pela manhã.
Biass mora em um bairro de periferia com os pais e mais quatro irmãos. Trabalha há quatro meses, não é registrado e ganha R$ 30 por dia. Seu chefe é dono de uma marcenaria.
Com toda a confusão, Biass saiu da cidade com medo do chefe.
Sem ter a dimensão do que significam R$ 27,7 milhões, Biass, que só completou o ensino fundamental, disse que compraria "uma casa melhor" para a família com o dinheiro e que não fez planos de como usar a prêmio.
A reportagem não conseguiu localizar o patrão de Biass em Joaçaba.
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