segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

TV Digital - Saiba Tudo!

TV digital: às vésperas de completar 60 anos, a televisão experimenta um novo recurso de transmissão e recepção de imagem e de som


A dois anos de comemorar seu sexagenário aniversário no Brasil, a televisão vive novos tempos. Antes de cravar os pés na nova década, esta senhora entra na era digital. A melhor amiga na hora da novela e parceira inseparável no sagrado horário do futebol está deixando fantasmas, válvulas e transistores definitivamente para trás.

Mas o que significa toda a mudança? Será que imagem e som serão transmitidos por fibras óticas ultramodernas? Ou será por meio de raios laser disparados por satélites que flutuam sobre a Terra? Nada disso, pelo menos por enquanto. O que muda é basicamente a tecnologia de transmissão e recepção de imagem e som, além de uma série de recursos e serviços que serão agregados com o tempo.

O Bombril na antena e as insistentes sombras na telinha estão com os dias contados. A TV digital usa a mesma tecnologia da computação, o que, de fato, a faz superior ao sistema analógico atual. “O sinal analógico sofre diversas interferências. O sistema digital utiliza código binário e não perde qualidade na transmissão”, resume Henrique Matenco, coordenador de treinamento da Philips.

No que diz respeito ao sinal, o sistema analógico permite a definição máxima de 525 linhas que são reproduzidas na tela de um aparelho de televisão. O sinal digital (HDTV) dobra esta capacidade, operando em 1.080 linhas. O formato da imagem, que no sistema atual é vertical (4:3), passa para (16:9), próximo ao formato da tela de cinema.

Se a resolução da imagem deu um enorme salto, a qualidade do som também foi afetada de maneira positiva. No sistema analógico existem apenas as transmissões em mono (um canal) e estéreo (dois canais). A tecnologia digital suporta até seis canais diferentes, sistema parecido com os dos home theaters.

A grande vedete da TV digital, ao lado do aparato tecnológico que ela carrega, é a gama de novas possibilidades tanto para o telespectador quanto para as emissoras. A palavra-chave do novo sistema é interatividade. Um exemplo é a capacidade de transmissão de até três programações simultâneas em um mesmo canal. Na tevê por assinatura, este recurso já é oferecido, por exemplo, nas opções de ângulos de câmera em uma partida de futebol. Compras de produtos e serviços com o controle remoto, sinopses e legendas de filmes também estão entre os novos recursos.

Quando assistir?


O sinal digital ainda é uma realidade para poucos. Os paulistanos, que tiveram o privilégio de assistir à inauguração da televisão no Brasil, em 1950, também foram os primeiros a testemunhar a estréia do novo sistema no País.

Mas quando o sinal vai chegar a todos as partes do Brasil? O governo estipulou duas metas principais: se o cronograma for seguido, em 31 de dezembro de 2009, todas as capitais brasileiras estarão cobertas pela transmissão digital. O último dia do ano de 2013 é o prazo que o Ministério das Comunicações fixou para que todos os municípios brasileiros tenham a nova tecnologia. O governo estima ainda que, em 2016, o sinal analógico deixe de existir.

Apesar do cronograma, o ministro Hélio Costa afirmou que tanto as capitais quanto as cidades grandes do Interior, como Campinas, poderão antecipar a migração para o sistema digital. “Nada impede que uma cidade de grande porte venha a ter o sistema digital antes de 31 de dezembro de 2009. Estudaremos cada caso”, disse Costa em entrevista à Radiobrás.

Como assistir?


Se a cidade já tem sinal digital, como usufruir o novo sistema? O telespectador tem dois caminhos: comprar um aparelho de TV pronto para o sistema digital ou optar por um decodificador, chamado de Set Top Box. “Os aparelhos de alta definição não precisam de um decodificador porque convertem automaticamente o sinal. Eles são melhores porque têm também o formato de imagem transmitido pelo sinal digital”, explica Henrique Matenco, da Philips.

Ao comprar um novo aparelho, o consumidor precisa estar atento. Existem modelos que até parecem prontos para o sistema digital, mas que na verdade não são. Para saber se o aparelho é totalmente compatível, basta identificar a sigla HDTV (High Definition Television) impressa na caixa e na própria tevê.

Os modelos de alta definição que ainda precisam de um decodificador podem ser identificados pela sigla HDTV Ready, ou seja, prontos para a HDTV. “Estes aparelhos suportam a imagem digital mas precisam do Set Top Box para converter o sinal”, diz.

Outros televisores de alta definição sem o padrão HDTV ou HDTV Ready, ou ainda os aparelhos equipados com tubo de imagem, precisam necessariamente de um Set Top Box. Neste caso, o que vai influenciar na qualidade de imagem é o número de linhas que o aparelho oferece. “Uma televisão de tubo tem, no máximo, 525 linhas de resolução. Quem tem este tipo de aparelho verá uma melhora na imagem, mas não muita. Para começar a sentir uma diferença, a tela precisa ter, no mínimo, 720 linhas. O ideal é ter um aparelho com 1.080 linhas” orienta Matenco.

O alternativo


A fabricante de brinquedos e eletrônicos Tectoy disponibilizou no final de 2007 o MobTV-MT100, receptor móvel de TV digital para computadores. O produto utiliza o padrão one-seg, lançado no Japão no ano passado para a transmissão de sinais de TV digital em MPEG4 para equipamentos móveis, como computadores e TVs portáteis e telefones celulares. Ele transforma o micro em um aparelho de TV digital. “O MobTV-MT100 vai habilitar a TV digital em computadores, com alto potencial de inclusão digital em um futuro próximo”, afirma André Faure, gerente geral de Marketing da empresa.

O mais barato


A Positivo Informática lançou, também no final de 2007, o DigiTV Positivo, Set Top Box mais barato do mercado. O produto recebe e decodifica sinais via UHF em alta definição, com recepção para o padrão SBTVD (Sistema Brasileiro de Televisão Digital). O modelo requer uma antena de sinal digital UHF para a recepção, que não está inclusa.

O mais caro


A Philips colocou no mercado o conversor DTR-1007, que ocupa a posição de mais caro do mercado. O coordenador de treinamento da Philips, Henrique Matenco, justifica o posto afirmando que o produto também é o mais completo. “Ele tem saídas de vídeo e áudio em diversos formatos, trabalha com a maior resolução digital e ainda vem com todos os cabos”, explica.

Nada parecido com o Bombril


Para quem ainda não planeja comprar um aparelho de alta definição, a saída é continuar no sistema analógico ou investir em um Set Top Box. Pelo menos onze marcas podem ser encontradas no Brasil: Aiko, Gradiente, LG, Philips, Panasonic, Samsung, Semp Toshiba, Sony, Tectoy, Positivo e Visiontec. Os modelos têm diferentes preços e recursos. “Um bom Set Top Box precisa ter diversos tipos de conexão, desde a tradicional RCA à HDMI, a mais moderna do mercado”, diz Henrique Matenco, da Philips.

Além das conexões, Matenco recomenda ao consumidor que identifique a capacidade de resolução provida pelo Set Top Box. “É preciso checar a resolução que ele suporta. O ideal é que seja de 1.080”, completa.

Apesar de o ministro Hélio Costa anunciar que o governo trabalha para oferecer um conversor a R$ 150, na prática, os preços do Set Top Box ainda estão muito longe disso. Nos principais sites de compra na internet, há modelos de R$ 499 a R$ 1.139. Existem ainda modelos para computadores, mais em conta e na faixa de R$ 369.

Primórdios do veículo das massas


Em 18 de setembro de 1950, Assis Chateaubriand marcou a história brasileira ao inaugurar a TV Tupi, em São Paulo. Longe de ser o veículo das massas que é hoje, a televisão estreou no Brasil com apenas 200 aparelhos, trazidos do Exterior pelo próprio Chatô. Pouco mais de meio século depois, os aparelhos de tevê no Brasil são 30 milhões.

Fonte: Metropole

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