Crise favorece Indústria Nacional
Durante os últimos anos, mais precisamente de dez anos para cá, a indústria brasileira de modo geral sofreu muito com a concorrência estrangeira. Desde guarda-chuvas a modems, o embate contra a entrada de produtos com valor final para o consumidor beirando nossos valores de produção, afora encargos fiscais e trabalhistas, foi um osso duro de roer e fez desaparecer grandes nomes da indústria nacional que sucumbiram ao dólar barato e à concorrência desleal, além da pirataria.
Independentemente das declarações dos porta-vozes da Presidência da República, ou ainda do próprio presidente Lula, dizendo quase maternalmente que “tudo vai passar” e que o “Brasil vai se sair bem dessa situação toda” criada pela bolha que explodiu nos mercados norte-americanos, europeus e asiáticos, nosso mercado financeiro está reagindo à dor que vem se irradiando. Entretanto, a história prova que nem todos sofrem com as crises, e estão aí os exportadores de diversos segmentos que não desmentem o fato. A indústria de TI tem se mostrado mais escaldada. Passou por uma incrível internacionalização nos últimos 25 ou 30 anos, períodos de monopólio e de canibalismo. Ainda está passando pelo período das fusões e aquisições que se alastraram por diversos setores da economia. Mas a tendência de a produção dos equipamentos contar com fabricantes de diversas partes do mundo, que enviam as partes e peças dos equipamentos para uma localidade onde está concentrada a montagem e, às vezes, a distribuição, talvez não persista por muito tempo. Com a crise, os novos encargos vão influenciar essas operações.
Para que as grandes operadoras possam continuar investindo em parcerias com fabricantes de equipamentos de banda larga, por exemplo, haverá certamente um remanejamento de fornecedores. Aqueles atentos aos quase imperceptíveis movimentos desse xadrez já estão desenvolvendo projetos para viabilizar a fabricação nacional de equipamentos, dentro das exigências legais.
No Brasil, isso já está ocorrendo. Mesmo em meio à “crise”, grandes fabricantes estrangeiros — especialmente asiáticos — estão conscientes da importância de nacionalizar a produção de equipamentos. Além de estreitar as relações bilaterais, deve haver geração de empregos, redução do preço final dos produtos, aceleração no processo de entrega tanto para o Brasil como para a América Latina, e aperfeiçoamento do atendimento pós-venda. É esperar para ver.
Créditos: Adriano Filadoro
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