O volume de internautas residenciais ativos no Brasil chegou a 21,4 milhões em dezembro de 2007, crescimento de 48,4% na comparação entre 2007 e 2006, quando o País registrava cerca de 14,4 milhões de usuários, segundo informações divulgadas pelo Ibope/NetRatings. Com o aumento da quantidade de internautas crescem também as compras online. As classes C e D estão cada dia mais conectadas e exerceram um papel fundamental no crescimento das vendas de computadores com acesso à internet e também nas compras virtuais.
De acordo com pesquisa realizada pela consultoria Data Popular em parceria com a McCann Erickson, o consumidor popular ainda tem menos familiaridade com o universo virtual do que as classes A e B, que possuem uma maior existência de internautas que já utilizaram a web para fazer compras. No entanto, de acordo com Renato Meirelles, coordenador da pesquisa, em um cenário pessimista, onde a classe C pare de comprar computadores e adquirir cartões de crédito, o simples aumento da familiaridade com o uso do computador trará 2,2 milhões de novos consumidores populares para o mercado virtual. E isso só na cidade de São Paulo.
A pesquisa revela que o comércio eletrônico tem mais consumidores em potencial nas classes C, D e E do que nos grupos mais ricos. De acordo com Meirelles, isso aconteceu devido à expansão do crédito — R$ 260 milhões foram emprestados para o consumo em 2007 — e 67% dos cartões de crédito estão nas mãos das classes C, D e E. No entanto, segundo o coordenador da pesquisa, o mercado virtual poderia crescer ainda mais se não fosse o receio dos internautas populares em se tornarem mais um número entre as vítimas da internet. Em 2006, a base da pirâmide movimentou R$ 512 bilhões.
“Ainda tem um passo para o e-commerce se popularizar porque o consumidor popular não pode perder dinheiro. Ele não pode correr o risco de ser passado para trás”, diz Meirelles. Além desse ponto, é preciso ainda acabar com o “informatiquês”, linguajar que muitas vezes barra o uso da internet porque as pessoas não compreendem o que está escrito. “Sem dúvida, o futuro do e-commerce está na população de baixa renda.”
E foi pensando na população de baixa renda que o empresário Marcelo Silva, de 39 anos, montou há oito meses uma lan house no DIC 6, em Campinas, e conseguiu aumentar a sua renda mensal em 30%. Antes ele organizava festas para as classes A e B. “Descobri na periferia uma forma de investir meu dinheiro e ganhar mais. Aqui, mesmo quem tem computador às vezes não tem banda larga”, diz Marcelo. Ao todo, são 20 computadores e a hora custa R$ 2. “Costuma ficar cheio o dia todo”, exulta.
Segundo a pesquisa da Data Popular, 30% das pessoas da classe C que têm computador em casa tem internet banda larga. O restante ou não tem nenhum tipo de conexão ou ainda arrisca a internet discada. Bruna Graziele Oliveira, de 17 anos, mora no DIC 6 e não tem computador. Então, duas vezes por semana ela vai à lan house de Marcelo — a Spectrum.
Além de não ter computador em casa, Bruna também faz parte do reduzido grupo que ainda não tem cartão de crédito, mas mesmo assim já fez compras pela internet. Ela pesquisou nos sites qual tinha o preço mais barato do livro Dama das Camélias e pediu para o cunhado, que tem cartão de crédito, comprar.
Mas, Bruna já adiantou que quando começar a trabalhar vai ter um cartão só para ela. “Gosto de pesquisar livro e CD pela internet.” A adolescente também decidiu que com o próprio salário vai comprar um computador e a conexão será via banda larga. “Minha mãe quis comprar um computador, mas teria que ser internet discada, então eu não quis”, afirma.
E-commerce lidera atenção de internautas
O crescimento de quase 50% na base de internautas poderia ter sido melhor — em dezembro último, o número de usuários sofreu uma queda de 0,7% em comparação a novembro. Segundo a consultoria, o principal destaque da internet brasileira durante 2007 foi o crescimento da categoria Comércio Eletrônico que, ao ver seu número de usuários saltar de 8,1 milhões de visitas únicas em 2006 para 12,2 milhões em 2007, experimentou crescimento de 50%. Serviços de e-commerce atingiram 57% dos internautas, crescimento de 2,5 pontos percentuais em comparação com novembro de 2007, de acordo com o Ibope. Os números indicam claramente, segundo o órgão, que o comércio eletrônico cresce mais que a própria internet.
O Brasil se manteve, em dezembro, como o país com maior tempo médio de navegação residencial — 22 horas e 59 minutos por usuário. O número representa queda de cinco minutos em relação ao mês anterior e uma hora e 20 minutos a mais do que em dezembro de 2006. A França é a segunda no ranking, com tempo de navegação de 20 horas e 34 minutos por usuário, seguida pelos Estados Unidos, cujos usuários registraram 19 horas e 47 minutos no período. O número de usuários com 16 anos de idade ou mais que acessam a rede em todos os ambientes — telecentros, trabalho, residência, escolas e outros — continuou na marca total de 39 milhões de internautas, registrada no terceiro trimestre de 2007. (MFR/AAN)
85% DOS INTERNAUTAS EM TODO O PLANETA
Usaram a internet para fazer compras online no último ano.
Fonte: Correio Digital
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